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Augusto Melo se despediu da presidência do Corinthians na noite desta segunda-feira, mas não renunciou ao cargo, prometendo lutar para retornar ao posto. O pronunciamento foi feito durante a reunião do Conselho Deliberativo, enquanto seu advogado defendia a gestão perante os conselheiros.
O dirigente enfrenta um processo de impeachment por acusações de irregularidades no contrato de patrocínio com a VaideBet, infração da Lei Geral do Esporte e desrespeito ao estatuto do clube. Na semana passada, Augusto Melo foi indiciado pela Polícia Civil.
Melo enfatizou que não está renunciando, mas que vai “brigar para continuar”. Ele reconheceu que a votação no Conselho, onde a oposição é maioria, deve resultar em seu afastamento inicial, mas prometeu lutar na assembleia geral, que deve ocorrer em cerca de 60 dias.
Apesar de não ter renunciado formalmente, Augusto Melo usou um tom de despedida em seu discurso, destacando feitos de sua gestão. Ele afirmou sair “de cabeça erguida”, mencionando salários em dia por sete meses, contratos que somam mais de R$ 3 bilhões em arrecadação (como os da Multipark e Adidas), e a organização do CT da base.
Em caso de confirmação do afastamento, o primeiro vice-presidente, Osmar Stabile, assumirá a presidência do clube interinamente. Para que o impeachment seja sacramentado, é necessária a aprovação dos sócios em uma assembleia geral extraordinária, cujo prazo estatutário não é determinado, mas deve ocorrer em aproximadamente um mês.
As tentativas da defesa de Augusto Melo e seus aliados de impedir judicialmente a votação do impeachment não foram acatadas.
Em seu pronunciamento final, o presidente destacou o orgulho de ter “dado esse pontapé” para o Corinthians, mencionando negociações de direitos de TV, um grande contrato de estacionamento e a situação financeira do clube. Ele afirmou que o Corinthians está em um patamar de equacionamento de dívidas, com superávit, e que todas as suas promessas foram cumpridas, com a auditoria entregue ao Conselho Fiscal.
Augusto Melo foi eleito no final de 2023, encerrando 16 anos da gestão do grupo Renovação e Transparência. Sua gestão foi marcada por polêmicas, tendo como principal conquista esportiva o título paulista deste ano. Ele finalizou sua fala dizendo-se corintiano e reforçando que “teve coragem de trocar contratos ruins por bons”, deixando o clube em oitavo lugar no Brasileirão, com sete meses de salários em dia e superávit.